O homem contemplava a luz divina
Quando um raio cruzou a imensidão
Refletiu nos olhos da mitologia
Um misto de medo, encanto e devoção
O fogo presente sagrado calou as trevas
Ergueu cidades, aqueceu paixões
No grito de Eureka, o fulgor da criatividade
Correu o chão cruzou os mares
Propagando energia
Incandescente para toda humanidade
E a euforia ecoou no império
Vela guiou o negro no fim da escravidão
No meu coração o sonho ascendeu
Dignidade e respeito ao cidadão
O tempo passou, mas eu herdei identidade
Hoje me orgulho em dizer, sou comunidade
Tem cafuné na Lage, na laje tem cafuné
Do Orum tia Dorinha
Vem saudar o povo preto de axé
Das luzes da suburbana, sob o clarão do redentor
E lá vou eu, com o pavilhão rosa e branco
Cantando com nossa gente
Para brilhar no carnaval da intendente
Eu vou transformar a prata em ouro
Com a jacarezinho buscar meu tesouro
Sambando no balanço da Show Mil
Respeita a favela mais preta do Brasil