No ventre de Yamandecy acordei
Vivenciei mistérios
Lendas das verdes matas
Envolvendo elementos da floresta
Abundante de riquezas
Vi Yara, Naia e Tainakã
Que exala o puro ar
O tucumã com sua magia
Bela Ypuré encanta, filha de anhangá
Camuflados surgem
Seres imaginários
Invocados por Ynhangôrom
Protegidos por Coaraci e Yaci
Boiúna, a guardiã
Do lindo reino jurupari, uipuru
Uiara na terra maravilhosa
Da gente nativa e religiosa
Com poder sobrenatural
Ilustra a vida
Nessa natureza divinal
Com bravura, força e fé
Fui batizado, codinome guarini
Guerreiro real da fantasia
Leão do povo originário guarani
Em reza com maracá
Com maracá, é noite de Lua cheia
Rufam os tambores, pajelança
Tem festa na aldeia
Indígena em transe
Canta e dança em devoção
Ao pai maior pede paz e proteção
Xamã no ritual do cacique da mata
Com erva cura, purifica, livra do mal
Se entrelaçam
Costumes, folia e história
Herança do sagrado ancestral
Nessa floresta de folclore sem igual
Minha Estácio de Sá se engera em arte
Cultura que Chico Mendes abraçou
E o leão encantado
Ruge pro mundo ouvir
Que preservar é resistir
A ambição que veio destruir
Vai embora daqui
Não tem jeito não
Esse espaço é meu
Amazônia é o nosso pulmão