Ô, Rosa, nosso bem-querer
Lhe foi negado no altar
Mas hoje a nossa Viradouro
Vai cantar em coro no Acontundá
Dessa menina, lágrima da Guiné
Caiu nas águas cá no Rio de Janeiro
Foi uma saga a paixão dessa mulher
Trazida a ferro na tristeza do negreiro
Sangrou os pés no chão da Mantiqueira
Penou perseguição em Mariana
Na febre do ouro virou lenda
Doou ganhos de quenga aos pobres do luar
Ao voltar pro Rio, a obra-prima
Das almas peregrinas resolveu lavrar
Salve o Sagrado Coração
Salve a Santa Madre de Jesus
Todo o povo ajoelhou
Diante do andor da Flor de Vera Cruz
Foi canonizada pela fé da multidão
Logo condenada pela santa inquisição
Ó! Que arrogância eternizar no céu de anil
Uma Santa preta pro Brasil