Ê camará!
Capoeira me chamou camará!
Fere o couro do tambor
Febre e fogo em minhas veias
Na dança do ngolo na aldeia
Menina moça atiça mais um camará!
Fio de negro valente e fujão
Sou o pavio, resisto ao pregão
Para o feitor que ergueu o chicote
Uma sola de pé no cangote
Meia Lua, Lua inteira a ponteira é fatal
Não se atreva capoeira a jogar no meu quintal
O martelo vai no quengo feito rabo de arraia
Só não chora nem faz dengo
Essa roda é minha praia
Eu vou me embora a Bahia é meu lugar
Paranauê, Paraná, paranauê, Paraná
O da no nêgo, no nêgo você não dá
Ginga, vence mandinga
Vovó cambinda deixou de herança
Ginga no maculêlê
Mais forte que pinga
Amansa leão no dendê
Pastinha na gira mandou pra mim
São bento abençoa este cordel
No meu berimbau skindin din din
Pra Unidos de Padre Miguel!!!
Abre a roda no terreiro iaiá tem zum zum zum
Capoeira, capoeira mata um
Hoje livre da senzala onde o negro foi refém
Jogo de angola na ginga da Vila Vintém