Òrisa bi Iyá kòsi
É alimento que nasce de ti
Da costa africana Gueledé
Senhora do oceano de yèyè
No chão do meu terreiro tem siré
Oferendas pra louvar e agradecer
Sagrado feminino fundamento
É cura pro corpo, pra alma alento
Ê, baiana, põe tempero e amor na feijoada
És a dona advogada pro rosário conceber
Proteção que me governa, por um mar de retirante
Povo preto navegante, pra falange proteger
É quituteira em romaria, Nazaré
A iguaria de Iaçã por nossa fé
Terra Brasil que da tristeza nasce um fruto
O padê e os atributos firmam o couro no ijexá
As ervas ao pé do umbuzeiro
As palmas da tua mão pra afagar
Me lembro do quintal e seus festejos
A força, resistência pra lutar
Bravura, valência e luz
Mainha, me dá um xodó
Ô, dina! Nunca estive só
Tua bravura, valência, seduz
Rainha, me faz cafuné
Bendita, és tu, mulher!
Ê, Iyá! Obinrin! Teu colo é acalanto
Guardiã que enxuga o pranto, faz um dengo em mim
Sou filho do teu ventre de Ifé
Em teu seio, o Arranco se alimenta de axé