Meu futuro é ancestral
Mangueira toque de Angola no meu carnaval
Mangueira o verde vai brilhar no rosa amanhecer
Magia de cria feito pra vencer
Aweto mam'é África
É banto o encanto das águas do mar
Kalunga grande, seus mistérios
Sabedoria milenar
Bakongo
Cais do Valongo, a verdade à flor da terra
Kavungo revela, não tente esconder
Fui preto novo, no destino: Ventania
Kaiango me guia até o dia renascer
Macumba, canjerê malungo
Irmão de fé respeita mandinga de candomblé
Firma o batuque, meu nego
Samba, levanta poeira
Ê mangueira, meu quilombo, minha cor
Aqui o negro resiste no rufar do tambor
A nossa voz jamais silenciou
Me deixa! Ninguém vai me segurar
Na força de aluvaiá ganhei as ruas
O rio agora é o meu lugar
Jongo e lundu à luz da Lua
Meu dengo, põe dendê no toque do ganzá
Moleque na roda de capoeira
Vai reconstruir nosso Zungu
No chão da estação primeira
Olha no meu olho, meu irmão
Vibra na batida da favela
Canta pela nossa tradição
Mostra pra nação quem pintou essa aquarela
A mangueira de banto é, é macumba de santo
É inquice que gira
Canjira que diz no pé
É o doce bailado de Neide e Mocinha
Onde a menina se torna rainha
Orgulho do gueto
Do povo preto a dinastia