Estação Primeira de Mangueira e da Bahia
É som da quebrada, timbalada e olodum
Axé do ile aye, o toque do badauê, ouvi dizer
Que toda a cidade é de oxum
A africanidade da Bahia
A baianidade é da mãe terra
Oyá soprou os ventos de magia
Essencia, resistencia da favela
Luanda, salvador, na ginga do pelô
Meu povo vai descendo a ladeira
É oxalá e zambi, é ritual e sangue
Se é luta, lembra o morro de mangueira
Salve cucumbi, gente preta serpenteia
Nega bambeia com o roçar do xequere
Clama a rainha e o feitiço vai fazer
O seu fruto renascer
O seu fruto renascer
Identidade ressoa no couro do rum
Meu tambor vem de lá
E na folia de rua eu mostro quem sou
Pra me proteger, pra me rebelar
No engenho velho
Os terreiros e o talhar do iroko
Pelos guetos sentir mais um pouco
A magia que há no ijexá
Segue o cortejo sagrado da fé
Se faz ajeum, candomblé
Na dança dos ancestrais
Giram os orixás
Se a vida se apresenta como açoite
Eu que tenho a cor da noite
Me liberto em meu cantar
Claves de Sol, avenidas
Pérolas negras em lindo visual
No amanhecer do carnaval