Estácio, mostra a tua fortaleza
És o berço mais antigo, o ancestral
São Jorge foi quem trouxe lá da Lua
O teu samba tatuado na pedra fundamental
Mãos que falam no tato
Ouvindo o silêncio do tempo
Talham em arte, herança e retrato
O beijo da noite no alto rochedo
É luz que aquece e ilumina
No seio da terra desperta
A cobiça enfeitada que aflora da mina
Chora, a natureza chora
Ao sangrar o seu tesouro
Joias preciosas são lágrimas de ouro
O Sol lasca a serra britada reinante
Onde a dor ofegante se eleva
Do fundo do solo distante nos versos
Que o poeta releva
Se eu pudesse pedir, pediria em clamor
Foge minha serra amada
Jorra teu canto de amor
Pois tu não és
Só paisagem pelada
És brilho de brasilidade
Que tinge nossa identidade
Forjando novos Carajás
Um chão de ferro não cede jamais