Surge a fumaça bailando a me chamar
Sobô nirê mafá!
Salve o povo da jurema!
Em Pernambuco eu lutei, quebrei correntes, ganhei mundo
Sou falange de malungos
Queimei engenhos e canaviais
Sou negro banto, zombei da morte
Em busca de igualdade, de justiça e liberdade
Pedem passagem os malungueiros da cidade
Amarra o inimigo com cipó
Aperta bem o laço e dá o nó
O pajé me ensinou
Tem feitiço o catimbó
Ao altar de caboclo subi, okê, okê!
Na mata do catucá eu sou rei
Com a folha da jurema pro meu povo eu fiz o chá
Pode beber que todo mal há de curar
Viajei para as sete cidades encantadas
Cruzei e encontrei pontas das linhas traçadas
Exú, o guardião soprou no ar sua magia
Festanças, danças, rituais
Sou o mensageiro de três mundos
Cativeiro nunca mais
Salve, João Batista!
Coroado por xangô
Consagrado nos terreiros no batuque do tambor
Kaô kabecilê!
Viradouro é alegria, sangue, raça e poder