Eu sei que a injustiça não tem cor
Mas negra é a dor da nossa história
Voei nas asas da sabedoria
Rompendo mordaças da hipocrisia
Mãe África, teus filhos querem colo
Arrancados do teu solo, sangram pela liberdade
A luz do altar é alento
Ampara o lamento na fé da Irmandade
Catarina, nesta terra quem é santa
É mulher que se levanta pela força da verdade
Ê Antonieta
Se Deus fez a pele preta
Por que tanto preconceito?
Anda, vai juntar os farrapos
Ensinar aos sem-trapos
Conquistar os direitos
Vendo a cidade iluminada
Branca Lua ofuscada pelo breu que te sufoca
Mulher, mete o pé nessa porta
Mostra à Casa Grande o que nos importa
Ergue a bravura na tua voz
Revolucionando em tom feroz
Se o amanhã pede socorro
Asfaltos e morros verão renascer
Milhares de Antonietas
Provando que o povo também tem poder
O povo também tem poder
Poeira subiu, Caeira chegou
O chão sacudiu, arrepiou
Nessa luta, eu tenho lado
Vermelho retinto, sou Consulado