Brotei na roseira matriz
Por águas revoltas, vertigem senti
Imagem misteriosa, em transe eu vi
Meu batismo é grito que arde
É vela sem luz, um fardo, uma cruz
O chão desta vida, agora pra sempre
Fecunda uma nova semente
Árdua caminhada de sonho e temor
Romaria vigiada no meu peito espinho cravou
As mazelas sociais, a depravada escravidão
A cobiça dos imorais que rogavam perdão
Acotundá
Acotundá
E no clarão do lar
Sobe a fumaça pra santas almas louvar
Acotundá
Acotundá
E no clarão do lar
Sobe a fumaça pra santas almas louvar
Em minha mente, ruídos perversos
No canto dos anjos, demônios diversos
Serva beata, flor de santana encantada
Desamparadas acolhi
Nos corações da família sagrada
Desabrochou na escrita divina
O amor das almas peregrinas
Num sonho minha face revi, véu da salvação
Emerge a arca ao enlace da paixão
A Viradouro meu amor, hoje vem coroar
Com batuque, reza e flores
Incenso e louvores
E a divina canonizar
Salve ela! Reluziu, clareia
Iluminada, negra, valente, guerreira
No altar do samba bendita nos guia
Olhai por nós, santa rosa Maria