Ah, Portela
As voltas que a vida me levou
As bênçãos do supremo criador
O homem respondeu com ingratidão
A fúria das chamas, por Deus Monã
Só Irin-Magé encontrou o amanhã
Do céu, clamou a quem amar
Caíram as águas pra formar rio e mar
Surgiu a vida num sorriso de mulher
Mairamuana, descendente do pajé
No azul que é mais azul
Correnteza serpenteia
Guerreiro forte, não teme a morte
Pra encontrar Guajupiá que a luz do Sol clareia
É karioka tupinambá, é karioka tupinambá
Quem tem garra de águia enfrenta todo mal
De corpo e alma, herança ancestral
No balanço a canoa vagueia
Ê festança boa na aldeia
Vai ter tambores no ar das belas índias, Kauim
Onde há bebida a festa não tem fim
Mas, tudo pode ser de outro jeito
Se nos corações houver o respeito
À nossa cultura, diversidade
Liberto das amarras da evolução
Faz renascer um rio de saudade
Pode chegar, vem sambar na minha aldeia
O azul e branco é a força que conduz
É a Portela feliz em Madureira
Pra quarta-feira, festejar em Oswaldo Cruz