Um continente africano a lutar, oyá
Em verde e rosa elos de amor e coragem
Riquezas retidas no cais da saudade
Hoje em solo fértil a cultuar, ergo a bandeira!
Força de um povo que não se calou, ô, ô
Gegê, banto, haussá, batique iorubá
Mãe África, revivo a herança do meu lugar
Bahia de Todos os Santos, iô, iô
Liberto somente num sonho, iá, iá
É resistência o canto da raça
E a negra rainha cortejar
Procissão na dança sagrada
Ritos de feitiçaria, a realeza ordenou
De pé seu filho de fé, renasce da pura magia
A arte de poder saudar a vida
Africanizando a fantasia
Axé pelos caminhos de Exú
Atabaque ecoou no afoxé
Tem gingado no Ilê Ayê
Ijexá para o povo que é D'Oxum
Cantigas de candomblé, ressoa de Orô
Os filhos de gandhi, um preto protesto
Do gueto, manifesto dos meus ancestrais
Reluz a baianidade dos seus carnavais
Badauê, pelas ruas do pelô
Oludum e toda nação nagô
Lá vem a Mangueira
Descendo a ladeira de São Salvador
A tempestade passou, tem festa pra Yabá
Oguê nas mãos e abará
Vem no ilu de yansã, mulher guerreira
De pele preta da Estação Primeira