Meu sinhô
O tronco e a chibata não irão cessar
A voz que a liberdade um dia conquistou
A luz do candeeiro não se apagou, nem se apagará
Aportou ao cais, a fé que traz a esperança
Cura para os ais, dos ancestrais, herança
Verdadeira essência do meu caminhar
Bandeira acolhida pelas Yabás
Gira na gira das tias baianas
Sacerdotisa no terreiro de pai alabá
Babalorixá pioneiro, Rito afro-brasileiro
Ora yê yê, é d’Oxum, ê ciata
Entra na roda que tem capoeira
Tem vadiagem, não me leve a mal
Da praça onze à pedra do sal
Pequena África
Lugar onde minh’alma fez folia
De reis, mestre-sala e rainhas
Braço que te abraça sem ver cor nem coração
O samba hoje faz seu agradecimento
Não vão botar a baixo nosso sentimento
Do morro ao asfalto, ecoa a mesma voz
A revolucionar fazendo escola
Arte e cultura pra sobreviver
Deixa falar, agonizar não é morrer
Meu samba é a força que nasce da raça
O canto da massa, ninguém irá calar
Sou negritude, união e consciência
A resistência hoje vem de Maricá