O sol queimando o chão do sertão
Confesso, marejou o meu olhar
E quando olhei a terra ardendo
Pedi: Oh Deus do céu, derrame a salvação!
Triste vida Severina, no suor da minha lida
Sertanejo homem forte, que resiste a própria sorte
Pra vencer nesse mundão
Num solo rachado, um pranto sem fim
Foi demais pra mim
Quando perdi meu alazão
Fui por aí a fora, peguei tanta estrada
Quanta poeira e eu de chapéu de palha
Fui por aí a fora, eu fui sim, não teve jeito
Os amores que tive, guardei dentro do peito
E na bagagem levei a lembrança
A alegria do meu povo nordestino
Xaxado, Arrasta-pé e Baião
Aquele tempero danado de bom
A vida renasce, tem arte esculpida à mão
E o dia que a chuva abençoar
E a esperança na terra brotar
Eu asseguro, que eu voltarei, viu
Pros braços do meu xodó
Ô puxe o fole sanfoneiro
Que hoje o samba vai virar forró
Se avexe não, se avexe não, vem pra cá
Vai ter festança até o dia clarear
Tem Asa Branca tocando os corações
Tão arretada, segura, lá vem Dragões