E joga água, joga água pra oxalá
Molha a pedra, faz a reza
Chama o santo
Que hoje tem acaçá
Imperatriz de verde, ouro e porcelana
Aumenta um ponto e canta
O conto da coroa africana
Era uma vez
Um tempo fora do tempo
Feito de barro e de vento
À sombra do opaxorô
Elefantes em movimento
Abrem alas enfeitados de marfim
Cada passo é uma orquestra de tambor
A caminho do Alafin
O rei negro vestido de branco
Desafiou quebranto
Pra visitar xangô
Lhe disseram: Não vai
E ele vai, olha que ele vai
Vê se faz pra exu uma oferenda
Senão a casa cai
Mas o pai dos pais
Só levou três mantos de renda
E o silêncio dos imortais
Ai, ai, Oxalá, o que é que deu em tu?
Agora vai segurar as artimanhas de exu
Ai, ai, oxalá, o que é que deu em tu?
Agora vai segurar as artimanhas de exu
Sem poder dizer sim ou não
Babá tem que carregar
Vinho de palma, dendê e carvão
Roupa trocada na estrada, haja sabão!
E tem mais gargalhada
Elegbará na quizumba
Obatalá pisa Oyó
Cheio de sal na cacunda
Foi em cana calado e maltrapilho
Injustiçado como ladrão de tordilho
Tempo fechou, chama o babalaô
Xangô, meu filho
Prenderam o homem errado
E o senhor de Ifón é liberto e banhado