Porteira aberta, vela acesa e cachaça
Brasa ardente faz fumaça, arde feito pimenteiro
Ê mojubá, larô, seu Marabô!
Preto velho desce o morro
Fecha o corpo do Salgueiro
Entoa ponto ao meu padroeiro
Xangô, meu pai, amarra o inimigo e dá um nó
Desata qualquer feitiço da pontinha do cipó
Já fui Muzenza, risquei meu ponto na pemba
Arriei oferenda, mandinga de malinquê
Carrego búzio, prego, moeda e osso
Cruzei meu axé no pescoço, moço
Nem tenta que sou do dendê
Quando moreno taca fogo na cabaça
O sertão fica pequeno pra tinhoso na garrafa
O bicho é brabo, tem um trato com o diabo
Coisa feita não lhe alcança nem tocaia no cangaço
Meu catimbó, catimbó, catimbozeiro
Meu catimbó, catimbó pra defumar
Guardei a chave da entranha desse mato
E tranquei o cadeado na jurema, juremá
São sete dias no roncó, são sete ervas pra banhar
A quarta-feira é dia de xirê
Na Silva Teles, cazuá, reassentei meu orixá
Pra retomar o tempo de vencer!
Corre gira, corre tempo, corre até não poder mais
Mas um dia tu me paga nas voltas que o mundo faz
Ô seu zé, seja sempre a minha escolta
Se alguém me fez maldade que o senhor mande de volta
Vou de corpo fechado, peito aberto, sem medo
Bate de frente pra ver, não ando só!
Não tenho dó de quem afronta meu terreiro
Quem não pode com macumba não se mete com o Salgueiro