Meu valor me faz brilhar, eu sei
Cada luta que carrego em mim
Sou preto sim, destinado a vencer
Meu santo é forte batizado no dendê
Estrela risca o céu clareia o terreiro
Banho de cheiro traz a purificação
No toque do atabaque dobra o run
Quem ilumina é a Lua de Ogum
Laroye abre os caminhos onde eu passar
Entoar o canto aos meus orixás
Na mata vem um brado do guerreiro
Salve preto velho mandigueiro
A intolerância calou meu canto
Sou preto sou filho de santo
Meu sagrado foram confiscar
A fé é a minha bandeira
E ela ninguém vai mudar
Respeite meu patuá
O tempo passou
Num belo dia a semente floresceu
O povo lutou unido pela liberdade
Um grito ecoou
Devolva o sagrado meu
O céu festejou
Com toda ancestralidade
A minha raiz e soberana
Sou filho dessa matriz africana