Quem sou eu? Um palhaço sonhador
Que ousou vencer a dor pra subir ao picadeiro
Quer saber? Liberdade é uma Flor
Que este “nego” tatuou na pele preta do Salgueiro
Meu pai Malaquias ralhou
Quando o circo chegou à beira da estrada
Não sei se chorava ou sorria
Àquela magia de lonas armadas
Perdoa mãe! O salto do filho
E as broas de milho caídas sem dó
A vida sem afeto e fantasia
É samba de uma nota só
Fuleiro
Quem mandou castigar
Quem mandou duvidar deste olhar zombeteiro
Parceiro
Minha arte é sorrir pra poder resistir
Empodera Salgueiro
Palhaço Moleque Beijo
Pedaço do meu destino
Eu faço folguedo e gracejo
E abraço mestre Severino
Fugi dos Ladinos fui bicho do mato
E o pobre menino já lota o teatro
Afino modinhas com meu violão
É o negro no palco pra coroação
Aplausos à minha luta pioneira
Sou Benjamim de Oliveira
O riso que venceu a opressão
Vou descer a ladeira meu Torrão amado
No caminho te conto da minha alegria
Sou eu
Sou eu
A décima estrela da Academia