Quando a hipocrisia urde o medo
E a história afronta o enredo
A gente não se curva a um brado de opressão
Me fiz nação no orgulho
Dos caboclos em 2 de julho
Sabe a mentira entorpecida
Às margens plácidas tecidas?
Não destruiu a resistência
Verdadeira independência
Apaga, minha escola, essa brancura
Setembrina amargura
Borrada do meu sangue ameríndio
O dragão do latifúndio
Planta morte, colhe ódio
Filho de Joanas e Marias
Triunfante povo cálido
Sou Brasil que não se rende ao temor pálido
Quando a repressão é o Estado
E ter brios é pecado
O meu lado é debaixo do Equador
Para vencer o mito da sacra violência
Será civil a nossa desobediência
Serei a estrela do Silva que há de cintilar
Preta, mulher, em todas as formas de amar
Mesmo sufocado ao porta-malas
Pendurado em pau de arara
Sou a voz que não se cala
Abomino tanta dor
Reexisto nos Brasis da Beija-Flor
À nação nem tão gentil
E por tanta gente que partiu
Vou lutar na pátria livre e viver pelo Brasil