Dá licença vou saudar os ancestrais
Meu canto é um clamor de igualdade
Sou São Lucas, vou voltar para o meu lugar
Respeite a força da comunidade
África
Dos Bantus de Congo e Angola
Berço da humanidade
Na dor da crueldade
Viu sua raiz se espalhar
Tumbeiros aportaram nesse chão
Trazendo a escravidão
Braço forte na colheita do café
Foi preciso ter fé, para o sofrimento enfrentar
Para curar as dores do corpo e da alma
Negro canta, negro dança, na Senzala
Mete a mão jongueiro no couro
Firma o ponto e o terreiro pega fogo
Abre a roda preta velha rezadeira
Tem jogo de jongo sob a luz das estrelas
Flecha certeira que sai
Da boca e vai direto para o irmão
Força e ginga danada
Gira nessa umbigada para manter a tradição
As margens do Rio Paraíba
Recordo o milagre de Aparecida
O povo negro em comunhão
Para aquecer o coração
Na luta pela liberdade, Jongo é resistência
Patrimônio nacional
Salve os mestres jongueiros no meu carnaval