Chegou Mangueira
Hoje o meu samba canta a ancestralidade
A Estação Primeira na marcação é africanidade
A história do ciclo bakongo desembarca no cais do Valongo
Vamos resgatar a memória que aqui chegou
Nas águas da Kalunga grande
Mãe África nos presenteou
E a luz vitoriosa de um povo
As nossas vidas sempre iluminou
A trajetória tem a força de Kavungo
A regência de Kaiango
E a garra do irmão em cada tribo
O abrigo de um quilombo
Na negritude a grande nação
Sou rei e num palácio verde e rosa
Eu vi o amor a minha imagem refletida em sua cor
No abraço carioca um elo vencedor
A flor da terra desabrocha neste chão
Brilhou na força vital o poder da criação
Inquice, macumba, quimbanda na fé de lembaranganga
Lundu é kizomba nos zungus
Um banho de dendê para purificar
No quiabo a proteção realça o paladar
Ao carnaval eu peço aweto
A nossa festa é em louvação ao povo preto
Sou descendente de Mangueira
Herdeiro de uma luta ancestral
A voz da resistência brasileira
Sou bantu, sou raiz sou imortal