Hoje o sagrado e o tronco divino
Da raiz deste chão nordestino, e que te faço chá
Eu sou juremeiro tinhoso
Meus gritos são sombras no ar
Liberdade a me abraçar
Sou o vento da justiça dissipado em catimbós
Também sou João Batista quem despista seu algoz
Eu tenho a chave que abre a tranca da senzala
E o saber que está contido nos cipós, ô
Dos pajés eu herdei a ciência
Dos quilombos eu fiz resistência
Dos aflitos eu sou protetor
As matas são fronteiras nos meus versos
E as mandingas do universo faz de mim um herói do avesso
Okê caboclo, passei no pé da jurema
Não tenho pena de quem quer me derrubar
Sou a fumaça que viaja em descarrego
O cachimbo é meu segredo, sou a luz no patuá
Meu tambor e o som dos atabaques fazem crer
Trançando arco e flexa com oxê
Cruzando mistérios e assim, com a fé
No mensageiro que alumia, dos três mundos ressurgiu
Hoje eu aqui estou, convocado por xangô
Pra tacar fogo no Brasil
Canta Viradouro, meu poder é ser
Malungo exu trunqueiro preparado pra vencer
Sou a força, sou o guia, estrela a brilhar
Nessa terra me saúdam com sobô nirê mafá
Ô iê iê jurema, ô iê iá
Ô junçá, Vajucá
Malunguinho é o reis do catucá