A mina é cocoriô!
Feitiçaria parauara
A mesma Lua da Turquia
Na travessia foi encantada
Maresia me guia sem medo
Pro banho de cheiro
Na en-cruz-ilhada, espuma do mar
Fez a flor do mururé desabrochar
Pororoca me leva pro fundo do igarapé
Se desvia da flecha
Não se escancha em puraqué
Quem é de barro no igapó é Caruana
Boto assovia (oi) mãe d'água dança!
Se a Boiúna se agita
É banzeiro! Banzeiro!
Quatro contas, um cocar!
Salve a arara cantadeira!
Borboleta à espreita
E a onça do grão Pará
Na curimba de babaçuê
Tem falange de ajuremados
A macaia codoense é macumba de outro lado
Venham ver as três princesas
Baiando no curimbó
É doutrina de santo
Rodando no meu carimbó
E foi assim
Suas espadas têm as ervas da jurema
Novos destinos no mesmo poema
E nos terreiros, perfume de patchouli
Acende a brasa do defumador
Pro mestre batucar a sua fé
Noite de festa curiô marajoara
Protege Caxias nas águas de Nazaré!
É força de caboclo, vodum e orixá!
Meu povo faz a curva como faz na gira!
Chama Jarina, Herondina e Mariana
Grande Rio firma o samba no tambor de mina