Sopram ventos de Oyá
Quem nasceu pra brilhar tem magia
E menino da pedreira de salgueiro
Encanto, feiticeira
Vem das estrelas um raio, trovão do céu
Um clarão brilhou pro trovador menestrel
Preceito, oferendas, rituais
Fios de contas, balangandãs
Misticismos, sintonia com caboclo
Patuá energia que emana
Resiliência aos pretos velhos e griôs
No sortilégio a cultura cigana
No irerê um orixá Ogunhê ô
O musicante de real valor
Pra comunidade impor respeito
Cantou, bateu no peito; eu sou beija flor
Hê eee mãe negra
A pequena África de obá
Tem pras ruas e guetos
O lugar de fala do seu povo preto
Com as mazelas da vida
Um monstro virou carnaval
Mostrou a baixada sofrida
Brava gente e o preconceito social
As águas do Amazonas o toque do tambor
O negro braço forte que ergueu nosso país
Se o índio protagonizou
A ele aclamou nosso povo feliz
Vem ver tem maltrapilho na avenida
Na apoteose despedida oh pai quanta emoção
O missioneiro deu voz pra tudo e por amor
Tanta dedicação espero que esteja com ele
No meu coração tá aqui o legado que trago nós braços
Laila de João, Laíla e joãos
Alafiou Okê aro kabecilê xangô
De Nilópolis pro mundo um soberano sonhador
De todos os santos e sambas
Mestre baluarte genial
Laila, Beija Flor, é carnaval