Oh, pai, olhai pelo Brasil
Onde está a mãe gentil
Que nos abandonou
Desde o início da invasão?
No descobrimento, pra história
Nos enviaram a escória
Para povoar o nosso chão
Fincando a bandeira da corrupção
Ao Deus tupã não pude mais clamar
Disfarcei o culto aos meus orixás
Vi nosso ouro ser levado pra além-mar
Como eu sofri, não sofrerei jamais
Ainda ecoa o som da chibata
Tem índio perdendo a mata
A senzala nunca acabou
A casa grande da nova nobreza
Tripudia da pobreza que ao negro relegou
Ô, mãe gentil
A esperança ainda resiste no Brasil
Verás que um filho seu não foge à luta
Se o passado não muda
Farei no futuro um novo final
Sem miséria e ganância
Só justiça e igualdade
Intolerância não rima com fraternidade
O Sol da liberdade, há de raiar
Um novo país vai nascer
Canta, Tradição, nas asas do condor
Vai chegar um novo amanhecer