Tempo de renascimento
Homens, ao vento a se aventurar
Singrando o oceano
Vencendo o medo profano
Dos lendários seres do mar
Cruz erguida, rezou-se a missa
Em homenagem ao Deus cristão
Na terra invadida
Para o espanto dos nativos desse chão
Nem adianta me catequisar
Meu altar é a própria natureza
As lições de tupã, aprendi com o pajé
Seja guerreiro, mas não perca a pureza!
Nos navios negreiros nos jogaram
Mas, não amordaçaram a nossa fé
Resisti às repressões
Às mais diversas nações do meu candomblé
Meu gongá é meu altar miscigenado
Hoje, tem festa pra todo lado
Divino, cavalhada e reisado
Não estamos sós, cantamos a uma só voz
A esperança é verde, branca é a paz
Intolerância nunca mais!
Ao pés da santa Cruz estou
Menino Deus me ensinou
Que o importante é andar com fé
Amém, Tupã, axé!