É a saracura entrando em cena
Com mais uma estrela dos seus imortais
Só o Brasil tem o Bixiga, e no Bixiga? O Vai-Vai
Clareou
O Sol rompendo a aurora
Criolé chegou
Te devorando agora
Vem zé! O nosso Exú das artes vai brilhar
Em preto e branco
Saracoteando sem parar
Na energia do axé rompeu os portões
Na linha do tempo suas produções
Fez do seu ofício Teatro Oficina
Desvirginando a nossa retina
Orgias no ar, fagulhas mundanas
A alma declama a profanar
Serás oferenda na encruzilhada
Bacanalizar
Repressão e censura
Virou resistência contra a ditadura
Nos palcos mostrou sua essência
E ali transbordou toda sua cultura
De seu ardil nem baco digeriu
Bacanizou sua ousadia febril
Sonhou desordem, rompeu com as ordens
Da liberdade nunca desistiu
No rio Bixiga voltou a sonhar
Não era o fim, vai recomeçar
O xamã ofertado nos braços de todes
Embriagado a galhofar
Tambores vem anunciar
O raiar de um novo dia
Evoé! Saravá!