Gosto de respeito, sou respeitador
Pediram licença, eu vim na batida do tambor
Na fumaça da magia no vento que gira no mundo
Meus camaradas firmam a gira de malungo
Nação coroada reino de xangô
Desperta nego a justiça lhe chamou
Sangue bantu não aceita cativeiro
Fogo que queima engenho canavial
Assombro dos tiranos desalmados
Santo no altar dos renegados
Encantados, árvore ancestral
Gritam malungo, Malunguinho somos nós
Lutei por minha gente nos mocambos
Ressurgi mensageiro de três mundos
Mata jurema, encruzilhada caboclo Catucá, sua morada
Caminhos abri ó mano minha folha sagrada
Que cura meu caminhar
A quem merece essa terra pisará
Coroado caboclo preaca na mão
Cocares, pajés, união
Alumia o breu da noite
Defende nossa gente essa nação
Malunguinho é rei da mata
Rei da mata é Malunguinho
Corre minha Viradouro
Tira estrepe do caminho
Triunfei mestre triunfá
Sou cuia da sapucaia da sagrada juremá
Miração vejo aqui e acolá
Portal do mundo, encontros cruzados
Guardião juremeiro afamado
Há minhas sete cidades
Catimbó me chama vim sarar necessidades
É sagrado, é profano, exu trunqueiro
Arco flecha com oxê firma no cruzeiro
Santo coroado, rei da procissão
Calunga, maracatu, estandarte vem na mão
Fumaça subiu inimigo caiu
João Batista reis malungo taca fogo no Brasil
Sobô nirê mafá Sobô nirê mafá
Malungo é a chave da vitória do quilombo
Viradouro terra de Araribóia