Sou de ninguém
Sou de nenhum lugar
Ô ô ô optcha!
A Pérola Negra hoje é minha bandeira
A minha pátria é a Vila Madalena
Estrela da sorte me guia
Iluminai o caminho
Parti do Oriente, andarilho
Liberdade é o destino
Caravanas... Bagagem carregada de mistérios
Suor derramei pelo império
Não pude adivinhar imensa dor
Pode escravizar meu corpo
Jamais minha alma
Olho pro céu, sigo a sua direção
No velho continente, desilusão
Queima a esperança
Cinzas espalhadas pelo ar
Me deixe levar essa vida cigana
Bato na palma da mão, energia
Bartali Tcherain, eterna companhia
Me deixe levar essa vida cigana
Poeira, meu bailar levanta do chão
Preconceito não apaga a tradição
O sol e a lua, o dia e a noite
Embalam os sonhos
Nas cartas eu li, vi na bola de cristal
O reino tropical, Brasil, Brasil
Toca, castanhola
Canta, violino
Povo cigano tão alegre, destemido
Sob a proteção de Santa Sara
Ó, negra santa
Negra como uma Joia Rara