Olhei pra Lua
E São Jorge me falou
A luta é grande
No combate eu vou contigo
Cantei para não enlouquecer
E resisti
Sobrevivi, dura na queda, mas chorei
Lata d’água na cabeça
A minha lei a rua ensinou
Terreno baldio sem pudor
Veneno vadio que samba criou
Abusivo amor
É Anjo de perna torta
Navalha que corta
O silêncio da liberdade
A minha fome é cantar
A minha fome é cantar
Despir a verdade
Na aquarela preta os pingos nos is
Na rouquidão desses Brasis
O meu palco é independente
Visto o que eu quiser
No quilombo da favela
Do desgovernado cabaré
Salve esse povo que canta com fé
Guerê-guerê Bambalêuá Ará
Guerê-guerê Bambalêuá Ará
Bons ventos a Mocidade me traz
Sou Elza guerreira a filha de Oyá
Na tempestade eu sou a voz
Que denuncia o preconceito entre nós