De tanto oiá o sol queima a terra
Feito fogueira de São João
Puxei o fole, embalado me inspirei
O aperreado coração aliviei
De joelhos para o pai, pedi
Com os olhos marejados, senti
Tanta tristeza brotar desse chão rachado
Perdi meu gado, farta água pra danar
Eita seca que castiga meu lugar
Vou me embora seguir meu destino
Sou nordestino arretado, sim senhô
E na bagagem trago o sonho de vencer
Oh Rosinha, sem ocê não sei viver
Ê saudade que invade o meu coração
Das cantigas, folclore, cultura
Dos temperos que lembram meu chão
Espero no céu, o relampejar
A chuva cair, o pranto secar
Seus olhos hão de refletir
O renascer da plantação
Não chore não, viu
Que eu vortarei, viu
Pro meu sertão
Vem forrozear
Que o sanfoneiro vai tocar
Meu samba em forma de oração
Eu sou Dragões
É Asa Branca embalando gerações