Entra na roda, Portela, auê!
Entra na roda onde mora a razão
Chegou a hora de parar, auê! Auê!
O bicho homem da ambição
Conta a tradição Tupinambá
Faz a águia desfilar ao Rufo de tambores seculares
Oh, terra sem males Reino de Monã
No azul desta manhã
Um paraíso, aquarela desenhada
Verde, vida, passarada e o desabrochar da flor
Mas o castigo pelo fogo que consome
Restou simplesmente um homem para soluçar de dor
Ê, Irin-Magé! Ê, Irin-Magé!
Ê, Irin-Magé! Ê, Irin-Magé!
Secou o pranto, foi cumprir sua missão
Entregou seu coração ao amor de uma mulher
Nasce Maíramoana, o feiticeiro deste lugar
Pra ser adorado e temido no rito Tupinambá
Água de bebê, água de banhar
Onde o Rio abraça a Bahia, há Guajupiá
Índios: Tribos, aldeias, a grande maloca
A taba cheia de um ser karioca
De pai para filho a história escorre
Índios: Serão aqueles de peito deserto?
Entre a fumaça e o imenso concreto
Nesta cidade que aos poucos morre
Meu Rio
Parece que a natureza diz
A vida segue andando por um fio
Que mal lhe fiz?