Eu sou menino pobre, pés no chão
Mas não sou “qualquer um”
Mergulhando no conhecimento
Lendo um livro contra o vento
Ecoa a voz do meu lamento
Rejeitando na sociedade
Sob os olhos da maldade
O abandono que sofri
Espelho que reflete o monstro
A dor de tudo aquilo que vê
Desci o morro aos seus olhos sou pivete
Sem pai, sem mãe tive fome de amor
Malabarista nos sinais… Moleque
Comi o pão que o diabo amassou
E no asfalto, fera engole fera
Em meio às grades eu vi a guerra
O futuro fugindo pelas mãos
Irmãos traindo irmãos
A massa de luto como viver assim
Em cima dos muros
Judas, vampiros, zumbis
A luz do fim do túnel onde estará?
Me deixa na encruzilhada
Malandro que sou não vou remar contra a maré
O povo nas ruas salve a fé (salve a fé)
Encontrei meu ninho
De azul e branco eu vou
A base da esperança pra ser um vencedor
Esbanjando alegria, reluz um sonho novo
Minha escola da vida, é meu povo
Se a máscara cair, eu quero ver!
O rei mandou sambar, até o amanhecer
É nessa hora que o amor vem mostrar seu valor… Beija Flor!