Sou Maria, sim senhor!
Negra, cabocla com sangue de índio
Lutamos pela igualdade
Originada pelos nossos ancestrais
No litoral do meu Brasil
Sobre as águas de Itapuã
Ao nascer do Sol, em comunhão
As lavadeiras, heroínas e guerreiras
Entoam cânticos bravios
Para dominar os sentimentos
E alcançar a sua paz interior
Ganhando a força assim
Para o balé das suas redes
Na colheita do plantio, preparo de iguarias
Com manejo a artesã usava criatividade
Na bica de Itapuã
Encontro das ganhadeiras para comprar a liberdade
Dona Maria de xindô chegou
Com gamelas, cestos e saias florais
Colares de contas para o ritual
De uma longa trajetória
Lá se vão Marias para são salvador
Numa bela procissão
Exemplo de força e coragem
No ganho do pão
Hoje meus pés descalços tem sandálias pra usar
De punhos serrados eu uso joias de crioulas
Ao som de malê mulheres cantam liberdade enfim
Demonstrando a irmandade na fé
Devoção à nossa senhora
Juntos nós somos mais fortes
Na pura essência de ganhadeira!
Carinho, bravura e paixão
Estão no sangue de toda mulher brasileira
Obanixê kaô, kabecilê meu xangô!!
Peço a proteção para o meu pavilhão
O meu maior tesouro!
Venho de alma lavada… Canta, Viradouro