Mangueira, a ideia não se prende, sobrevive
Mesmo sendo um Cristo condenado
A verdade vos fará um povo livre
Um anjo bate tambor e anuncia
Jesus renasce nas dores do povo
Preto pobre a cara do morro
Amando Madalenas e Marias
Olhou nos olhos da ganância de desmentiu
Os homens de bem do Brasil
Na fé recolhe em bolsa seus valores
Perdão está nas mãos dos mercadores
Chorou ao ser Kailanes apedrejadas
Galdinos queimados nas calçadas
Meninos amarrados em postes da cidade
Chorou, foi milhões de Chicos nas florestas
Por Amarildos nas favelas
Teu sangue derramado em Carajás
E a via crucis racista
Alvejou 80 vezes um artista
Mas quem resiste à morte encara
Ressurge pra quebrar o Pau-de-arara
Transcende, transgride, transforma
A cruz já não pesa, pois é carnaval
Nas ruas malandros, meninas
És imortal em pierrôs e colombinas
O verbo humano se fez
Vestiu verde e rosa da nossa bandeira
E ao longe seu coração ecoa
No rufar do surdo de primeira